Lembra-se do projecto que pretendia ligar o Porto Santo e o ilhéu da Cal por teleférico?
Neste ‘Canal Memória’ rumamos até 2005
A obra iria partir da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, mas mereceu queixa por parte da Sociedade para o Estudo das Aves (SPEA) à Comissão Europeia. O projecto acabaria por não seguir em frente.
Tratava-se da criação de um teleférico que ligaria a ponta da Calheta, na ilha do Porto Santo, ao ilhéu da Cal. A SPEA alegava que não tinha sido feito qualquer estudo ambiental para perceber as implicações desta infra-estrutura. Além disso, apontava consequências para os recursos naturais existentes, que até estavam protegidos no âmbito da Rede Natura 2000.
A SPEA temia que, com a intervenção da SDPS, não fossem “preservadas espécies e plantas que têm elevada importância”.
A associação afirmava não estar contra o desenvolvimento, por isso, caso houvesse um estudo que considerava que a intervenção não iria afectar estas as espécies e o ecossistema, não se opunha à criação de miradouros, teleférico e de um espaço museológico no Ilhéu da Cal.
Grande investimento
Esta contestação por parte da SPEA fazia notícia em Janeiro de 2005. No entanto, o projecto foi divulgado pelo DIÁRIO em Agosto de 2004.
O objectivo, além do teleférico, era recuperar e criar percursos pedestres e miradouros. O teleférico deveria percorrer 1.500 metros em quatro minutos, com cada cabine a poder transportar seis pessoas. No fundo, havia a possibilidade de transportar cerca de 100 pessoas por hora.
Além das veredas, também os tuneis e grutas seriam alvo de recuperação, pelo interesse turístico que representariam. Alguns atravessavam a ilha de Sul a Norte, num percurso quase labiríntico.
Quanto aos miradouros, deveriam ser dois, construídos com a pedra avermelhada tão característica desse mesmo ilhéu.